Abate de Cavalos: a verdade por trás da indústria alimentícia brasileira
O abate de cavalos é uma triste realidade que acontece no Brasil há vários anos. Muito conhecidos por sua inteligência, beleza e porte, e também muito explorados para serviços pesados, como puxar carroças, estes animais fazem parte da vida cotidiana de várias pessoas.
Existem algumas Ong’s e movimentos que defendem a preservação e qualidade de vida destes animais. Uma vez que estamos falando da exploração da vida de um ser vivo, que, muitas vezes depois de servir o ser humano, ainda tem um triste fim da pior maneira possível.
Além disso, existem ainda aqueles que defendem o extermínio de cavalos para o consumo humano. Como se não bastasse o massacre realizado todos os anos de bois, porcos e frangos.
A indústria alimentícia, tenta cada vez mais “empurrar” aos consumidores diferentes tipos de alimentos de origem animal. O cavalo por sua vez, entra nessa lista e da pior forma possível.
Assim sendo, é preciso que as pessoas conheçam muito bem a origem dos produtos que estão consumido. Neste viés, a conscientização sobre o abate de cavalos se torna um elemento de extrema importância.
Não se trata apenas de carne
O ser humano deve ter consciência de que não se trata apenas de carne, se trata de um ser que sente dor, que se afeiçoa aos seus donos.
Entenda um pouco mais sobre o abate de cavalos.
Cavalos – entenda com que tipo de animal o ser humano está lidando
Desde os primórdios da humanidade os animais tem disso utilizados como meios de facilitar a vida do seres humanos. Seja através do consumo de sua carne como fonte de alimentação, ou então, consumindo o seu coro, para se aquecer do frio, e até mesmo, explorando sua força física, para trabalhos mais rústicos.
Nesse contexto, entra então o cavalo. Ao observarmos os filmes da antiguidade, podemos notar que estes animais eram comumente utilizados como meio de transporte.
O cavalo branco, simbolizando a chegada do príncipe, nos contos de fada, mostra que este é um ser leal, amigo…
Não obstante, o cuidado que muitos tinham com estes animais ultrapassava as barreiras do amor e da amizade.
É claro que existia em meio a todo esse contexto, aqueles que exploravam não só do cavalo, como também de outros animais, de forma cruel.
Mas o fato é que o cavalo, além de um simples animal possui habilidades que as pessoas até poucos anos atrás desconheciam.
Um estudo desenvolvido pela universidade de Kobe mostrou que os cavalos podem ser animais muito sociais. Além disso eles trabalham em conjunto para que possam se manter vivos.
Outras características muito interessantes foram analisadas nestes animais, como por exemplo, manifestações táteis e visuais para chamar à atenção de seus cuidadores.
Os cavalos também são seres muito sensíveis. Quando vivem em conjunto, mantém uma estrutura familiar muito sólida.
Ao nascer, os potros observam muito suas mães, uma vez que através dessa análise se torna possível entender como sobreviver dentro da sociedade.
Assim sendo, é possível concluir que os cavalos são seres muito acessíveis, que servem os seres humanos e que merecem ser tratados com dignidade. Portanto, o abate de cavalos é uma maneira cruel de determinar o fim destes seres.
É como se disséssemos para esta espécie: “vocês são apenas um lixo descartável para nós, e sua lealdade, sentimentos, bem como a sua prestação de servido em nada nos serve mais”.
Trata-se da forma mais ingrata de lidar com um animal.
Abate de Cavalos – por que desconhecemos esta realidade
Fonte: ABC
O homem, como um ser pensante, inteligente e sensível, para que consuma algo é preciso que compre a ideia por trás do produto.
Por isso, não é incomum vermos reportagens sobre o abate de bois, frangos e porcos. Nelas, mostra-se que tais animais tem uma morte considerada “digna”.
Se você analisar qualquer artigo sobre o assunto, notará que a maioria dos responsáveis afirmam que estes animais não sofrem nenhum tipo de dor no momento do abate.
Então, as pessoas, que podem até ter dó do animal, acabam consumindo sua carne, pois tem a “consciência limpa” de que aquele ser não sofreu para chegar até à sua mesa.
Bom, é pelo menos nisso que elas acreditam.
Ademais, é preciso ressaltar os interesses capitalistas em se manter o consumo de carne e o abate de animais.
Isso porque a indústria agropecuária fomenta um negócio bilionário que movimenta grande parte da economia…
Sem contar aqui com os problemas sociais relacionados ao consumo de carne. Pois mais do que um pedaço de animal que chega à sua mesa, é preciso desmatar grandes áreas para alimentar o gado.
Medidas estas que, se não fossem realizadas por países desenvolvidos e em desenvolvimento, como Brasil, dariam para a matar a fome do mundo.
Assim sendo, tudo o que pode ser aproveitado em termos financeiros é feito.
Então, um cavalo que serviu durante anos o ser humano, pode sim se transformar em carne. E da pior maneira possível.
Mas você pode se questionar nesse momento: “Por que falar tanto em abate de cavalos quando essa carne é uma das menos consumidas pelo brasileiro?”
Sim, este é o tipo de carne menos consumida pelo brasileiro, por razões culturais, que não impedem o consumo do frango ou do boi. Mas é preciso lembrar que além de ser consumidor de carne, o Brasil também é um grande exportador do produto.
Enquanto nós “rejeitamos” a carne de cavalo, países como a Bélgica, Holanda, África e Sul do Japão adoram essa especiaria.
Então, se aproveitando destes interesses econômicos, o abate de cavalos se torna algo relevante para o país.
Dessa forma, o modo como estes animais são sacrificados é feito de maneira um tanto quanto segregada. Pois leva-se em consideração de que o brasileiro é um consumidor mais sensível e que tem estado mais atento à questões relativas ao direito dos animais.
Cavalos – como é feito o seu abate
Como já foi dito, infelizmente grande parte da sociedade brasileira desconhece como é realizado o procedimento de abate de cavalos.
O que certamente tiraria o sono de pessoas mais sensíveis e faria com que muitas deixassem de consumir a carne.
Pois bem, é preciso conhecer o procedimento passo a passo para entender sobre a crueldades que tentamos mostrar a você.
Fonte: Contato animal
Animais conscientes sendo mortos
Fonte: Contato animal
Cavalos, como animais com diversas habilidades, como vimos aqui, são obrigados a assistirem seus semelhantes serem mortos antes da sua própria morte.
Antes disso, suas crinas e caudas já são cortadas para que facilitem em todo processo.
Alguns locais de abate, tentam deixá-los inconscientes através da morte cerebral por pistola com parafuso.
Contudo, os animais sentem o que está por vir, ficam mais agitados e então, tentam se livrar a todo momento destes tiros de pistola.
Vale lembrar aqui que este método é bastante utilizado para o abate de bois. Não há aqui, sequer uma preocupação da qualidade de morte nos últimos momentos do abate.
Assim, os cavalos que possuem pescoços mais longos, acabam tendo outras regiões do cérebro e pescoço atingidas. Eles passam por muita dor e angústia já nesse procedimento.
Entretanto, quando os mesmos não ficam inconscientes, eles começam a ser cortados ainda vivos.
A sangria, que é um método muito comum no abate, é feita com o animal imóvel. No entanto, estudos mostraram que os cavalos ainda estão conscientes e sentido dor nesse momento, mas são incapazes de se mover.
A sangria para o abate de cavalos é realizada da seguinte forma: o animal é pendurado por uma corda ou gancho e simplesmente tem a sua garganta cortada.
Após esse processo, considerado um dos melhores para a esgotação do sangue do animal ocorre então o que é chamado de processo de esfola.
Tal processo consiste na retirada da cabeça do mesmo que será levada até o chuveiro para a remoção de coágulos, gordura, sangue e resíduos. Tais subprodutos serão posteriormente vendidos à fábricas de linguiça e salsichas. O intestino grosso, por sua vez, é utilizado como envoltório para mortadela.
É válido lembrar que não só cavalos são abatidos, mas também os jumentos. O mercado é realmente assustador.
Exportação inadequada dos animais
Como se não bastasse a questão do abate cruel e sem escrúpulos de equinos, está também a questão do transporte.
Para que você tenha uma noção mais claro do que estamos falando, é preciso que você entenda como essa indústria funciona.
O Brasil, por ser um país que culturalmente rejeita a carne de cavalo, encontrou outros meios para vender este produto.
Isso acontece por meio da exportação destes animais ainda vivos. E infelizmente os mesmos são transportados da pior maneira possível.
Nos anos de 2013 e 2014, o país começou a estabelecer laços fortes com outros países em relação a esse tipo de exportação. Isso porque existem determinados países que não possuem tantos animais, sendo que os nossos são uma verdadeira mina de ouro para eles.
Assim, tratados apenas como mercadorias, cujo valor se limita apenas ao financeiro, estes animais são transportados através de transporte marítimo ou rodoviário sofrendo maus tratos durante todo o trajeto.
A começar então, pelo tipo de transporte em si. Quando em vias rodoviárias, os animais são colocados em caminhões de um ou dois andares, onde dois animais ocupam o espaço de um, pois isso faz com que haja economia no transporte.
Os cavalos então viajam por centenas, e até mesmo, milhares de quilômetros sofrendo com a dor, a fome e a sede, sem ao menos poderem se movimentar.
Trata-se de uma viagem extremamente estressante para um destino cruel….
A fiscalização seja de qualquer tipo de transporte também é muito precária. Nota-se que há uma falta de comprometimento por parte das autoridades.
No ano de 2017, por exemplo, a Polícia Federal identificou um grande esquema de emissão de certificados sanitários falsos.
Ademais, é possível notar que tanto o abate que é realizado de forma fiscalizada, como aquele de forma clandestina é tomado por ilicitudes jurídicas.
Ainda existe a preocupação de fechamento de contrato com a China, que como todos sabem, é um país que aprecia diversos tipos de iguarias.
Desde o ano de 2012 o país vem tentando fechar negociações com o Brasil para a exportação desses animais.
Além do consumo da carne, os jumentos por exemplo terão serventia na indústria de cosméticos.
A origem dos animais para abatimento
O abate de cavalos traz questões questão ligadas tanto a fatores relacionados ao próprio processo de morte dos mesmos, à licitude do comércio, bem como a origem dos animais.
Portanto, trata-se de um problema bastante complexo e que precisa ser observado com mais clareza.
Em se tratando da origem dos animais, sabe-se que estes muitas vezes, passaram por maus tratos durante toda a sua vida.
Geralmente, os cavalos que vão para o abate, são aqueles mesmos que foram explorados em corridas.
Ademais, os burros e os cavalos considerados de raça inferior, são explorados a sua vida toda como veículos de tração.
Não é incomum que estes animais cheguem até o local de abate magros e desnutridos. Alguns deles, inclusive perdem o movimento das pernas traseiras por serem explorados de forma inconsequente pelos seus donos.
Ou seja, a indústria de abate de cavalos é considerada uma das mais sombrias de todos os tempos, e isso precisa ser mudado.
O que a legislação brasileira tem a dizer sobre o abate de cavalos
Depois de ver como estes animais são tratados e subjugados, é natural acreditar que não existem leis referentes ao consumo destes animais.
Mas como já foi dito, no Brasil o consumo de equinos na alimentação ou nos cosméticos não é algo apreciado para a população.
Assim sendo, o Brasil criou o decreto 30691 que aprova o Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos e determina que quando os alimentos ou produtos foram de origem equina é preciso que no rótulo contenha as seguintes informações:” Carne de Equíneo”, “Preparado com carne de equíneo”.
Mas é claro que os brasileiros, ao se depararem com estes dizeres no produto, certamente irão rejeitá-los.
Daí então entra todo o esquema de alvarás falsos e de exportação destes animais que muitas vezes, é feita de forma clandestina.
Então, pode ser que você esteja consumindo carne de cavalo por outro tipo de carne sem saber. Afinal, neste país tudo é possível.
Uma notícia que preocupa
No ano de 2013, o Frigorífico Uruguaio chamado “Propseridad” chamou a atenção de vários jornais, assim como, de líderes do movimento de proteção aos animais. Seu objetivo maior naquele momento: abater cerca de 1000 cavalos pro dia.
Embora não se encontrem mais notícias sobre o caso em questão, pode-se concluir que essa meta foi atingida com “sucesso”.
Não só o Prosperidad, que se localiza na região de Araguari/MG, como também o Foresta/RS trabalham no processo de abate de cavalos.
O mais impressionante que ambos os frigoríficos não são um criadouro destes animais. Ou seja, 100 % dos animais que ali são abatidos de forma cruel vem de haras e outros locais que exploram estes animais para entretenimento.
E a explicação pela falta de criadouros para o abate é muito simples de ser compreendida. Os cavalos são animais de alto custo, que criados apenas para o consumo gerariam mais prejuízo do que lucros. Então, o melhor a se fazer é comprar aqueles animais que depois de explorados são “descartados”.
Em geral, os cavalos que são vendidos para o abate nestes frigoríficos possuem mais de 12 anos de idade.
O valor médio pago por cada cavalo vai depender de quanto ele pesa, há uma estimativa de que o quilo do animal saia por R$ 1,10.
O Uruguai hoje é considerado como “uma grande fazenda” de onde não saem apenas carne de cavalo, mas todos os tipos de carne que se possam imaginar.
Essa indústria tem lucrado bilhões com a dor e sofrimento destes animais, e a previsão é que isso aumente.
A União Europeia e suas exigências quanto à carne de cavalo
Apesar do abate de cavalos ter uma intervenção mínima das autoridades, a União Europeia, que é uma das maiores consumidoras da carne, está estabelecendo regras claras para receber a carne de equinos.
Isso porque a mesma passou a exigir acompanhamento do animal desde pequeno. Contudo, este se tornou um problema para o Brasil, levando em consideração de que, como já foi dito, os cavalos só são vendidos para o abate com descarte.
O que a população e as autoridades tem feito sobre a questão dos abates
Apesar de todo esse cenário triste, muitos defensores da causa tem lutado contra o abate de cavalos. Mas essa luta está muito longe de terminar.
No ano de 2017, por exemplo, foi desenvolvido o projeto que proibiria o abate de equinos, equídeos e mulas em território brasileiro o PL 5949/2013.
Esse projeto foi apresentado à Comissão de Agricultura. Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural que rejeitou a proposta.
O que os defensores de abate de cavalos dizem a respeito disso
Infelizmente há quem ainda considere o abate de cavalos, bem como de outros animais como algo bom.
Estas são pessoas que trabalham em prol ao alto desenvolvimento capitalista sem se preocupar com o resto do mundo.
E levando em consideração de 90% da riqueza está nas mãos de apenas 10% da população do mundo, é possível constatar que o desenvolvimento social, o respeito pela vida humana e pelos animais não é algo que está em pauta.
Sim, existem organizações que trabalham nesse sentido, como por exemplo a ONU, mas existe muito a ser feito.
Mas o que mais impressiona é o modo como algumas pessoas defendem a questão do abate, desconsiderando todo o sofrimento e tristeza que o animal passa em seus últimos momentos de vida.
É como se realmente o dinheiro falasse mais alto do que qualquer coisa. E sim, ele fala…
E de acordo com um especialista em Equinocultura da Esalq/ USP, senhor Roberto Arruda, em entrevista ao jornal “Gazeta do Povo” , o mesmo afirma que não existe criação de cavalos para o abate.
Ou seja, sua afirmação é de que os cavalos são animais utilizados para outras ações humanas, como a corrida, trabalhos de tração, equitarismo. Sendo assim, o abate só acomete cavalos idosos.
Para ele então, o abate tem sua função social, pois, ao constar que aquele animal não é mais próprio para finalidades que atendam os interesse humanos, ele realmente se torna um problema.
O especialista ainda acredita que o abate em si, ainda tem a função de gerar renda extra para os cuidadores dos equinos.
Mas ele acredita que o “problema” principal ainda está no fato de que para serem aceitos de forma legal nos frigoríficos o cavalo “ precisa passar por algumas regras”.
O mesmo acredita que o sistema funciona muito bem, pois, segundo à sua declaração, animais maltratados não são aceitos no local.
Ele também afirma que animais que participam de competições geralmente, não são abatidos, pois ao longo de suas vidas recebem muitas medicações que prejudicam na qualidade da as carne.
Fica claro que estamos diante de uma declaração no mínimo incongruente a tudo que foi dito e mostrado até agora.
O fato é que não existe função social no abate de cavalos. A única função para tal atitude é o descarte remunerado de um ser vivo que por muito tempo ajudou alguém.
O que está por desta indústria
Apesar do abate de cavalos ser o tema em tese aqui e que deve ser pensado e analisado com muita atenção, existe muito mais por trás disso.
Trata-se de um esquema mafioso que transcende as legislações ambientais e que fomentam a corrupção de agentes públicos.
Ademais, é preciso pensar no problema do transporte de drogas, que também é feito de forma concomitante com o transporte destes animais.
Não há de se negar que o consumo de carne animal está causando a destruição e desmatamento do cerrado e de áreas amazônicas. Isso porque estes locais se tornam criadouros de espécies para o abate em massa. Muito embora os cavalos ainda sejam levados para o abate depois de serem considerados descarte de outras funções.
Tais ações provocam movimentos de ambientalistas e representantes indígenas. Mas os mesmos, sobre a prática de um coronelismo que sim, ainda é uma realidade em nosso país, acabam sendo assassinados friamente.
Aqueles que estão por trás do esquema de abate de cavalos e outros animais, desejam calar a voz de quem sabe dessa realidade.
Além disso, é preciso ainda estar atento ao serviço escravo, que ainda no século XXI também é uma dura realidade. Todos os anos, milhares de pessoas são presas em um ciclo de sofrimento, análogo ao problema em questão.
Entretanto, a forma como tudo isso é tratado, desde ao abate, até mesmo o sistema podre do esquema, é vista com pouco interesse pela sociedade civil.
Cuidado, a carne que você está consumindo pode não ser o que você acha
A verdade é que o consumo de carne animal é muito prejudicial para o mundo, como você já pode ver.
Isso porque qualquer vida deve ser respeitada, não apenas dos humanos. Pois afinal de contas, os animais nos ajudam de diversas maneiras.
Contudo, a nossa cultura nos criou carnívoras, em conjunção com ideais capitalistas.
Para os grandes empresários, se a população deixar de consumir carne isso será um problema. Pois ela é de fato uma grande geradora de acúmulo de riquezas no mundo.
Mas se você não consegue parar de comer carne ( e isso não é uma exigência), o ideal é que saiba o que está consumindo.
Como você pode ver, o abate de cavalos e outros animais pode ser realizado de forma clandestina.
Em uma reportagem feita em Novembro/2019 pelo Jornal “O Globo” revelou um matadouro clandestino de carne de jumentos e cavalos na cidade de Limoeiro, localizada no Estado de Pernambuco.
Assim, estes animais eram abatidos de forma completamente fora dos padrões de salubridade exigidos por lei.
Mas isso não é surpresa.
Alguns testes realizados no ano de 2013 mostraram que muitos alimentos que tinham em seu rótulo a descrição de carne bovina, eram na verdade, de origem equina. Além disso, muitos cosméticos também eram vendidos sob a mesma condição.
As doenças que podem ser transmitidas no consumo de carne de cavalo
Há de se considerar ainda que o consumo da carne de cavalo possui vários riscos. Não porque a carne do animal em si irá representar algum dano à saúde, mas levando em consideração que a maioria dos procedimentos em relação ao abate de cavalos são feitos de forma clandestina.
Além disso, por sofrerem maus tratos os animais correm o risco de desenvolverem várias doenças ao longo de suas vidas. Entre elas, está a doença conhecida como mormo.
A doença não só pode afetar os equídeos, como também os seres humanos. Assim, se um animal for abatido doente e o ser humano tiver contato com essa carne, certamente poderá desenvolver a doença.
Os sintomas da doença são:
- Corrimento viscoso das narinas;
- Presença de nódulos subcutâneos nasais;
- Pneumonia;
- Nódulos nos pulmões.
A doença também pode se manifestar através de uma febre alta, fraqueza e prostração. Tanto os animais, quanto os seres humanos podem vir ao óbito com tal doença.
Além disso, é válido lembrar que a doença é altamente contagiosa, sendo transmitida rapidamente entre os animais.
Uma luz no fim do túnel?
Não se pode dizer que o abate de cavalos vai acabar de uma hora para outras, mas a luta não pode parar.
Atualmente, só existem dois matadouros que realizam este tipo de serviço (de forma legal), ambos já citados aqui, um em Minas Gerais e outro, no Rio Grande do Sul.
Mas a boa notícia é que o número total de abate de cavalos desde o ano de 2005 vem diminuindo drasticamente.
Isso é resultado da pressão exercida pela sociedade em prol aos direitos dos animais e da rejeição pela carne de cavalo em si.
Ao analisarmos os números, o resultado é bastante positivo, mas é preciso ter consciência de que animais ainda estão morrendo de maneira cruel.
No ano de 2005, o total de abates de jumentos e cavalos foi de um total de 211.067, em contrapartida, no ano de 2016, esse número já havia caído 25.222 abates.
É uma notícia boa, mas não se pode esquecer de que o Brasil pretende estabelecer contratos de exportação de cavalos e jumentos para outros países.
Assim, é importante lutar para que essa realidade mude. Entenda como!
Ajude as instituições que atuam na luta da causa animal
No Brasil, existem atualmente várias instituições que atuam em prol da causa animal como um todo. E infelizmente a maioria delas atua apenas com contribuições feitas pela sociedade, sem apoio algum do Estado.
Existem muitos famosos que apoiam esta ideia. Entre eles, temos uma das maiores defensoras da causa animal, que a Luísa Mel. Mas você também pode fazer a sua parte atuando como voluntário ou com um pequeno valor.
Se conscientize sobre o consumo de produtos de origem animal
O abate de cavalos é apenas um resultado de uma indústria que explora animais de toda e qualquer forma.
E muitas indústrias tem mudado a sua maneira de produzir levando em consideração às novas exigências dos consumidores.
Marcas famosas de cosméticos tem investido em produtos veganos, onde os mesmos não submeteram animais a testes e não são de origem animal.
E você pode fazer a sua parte reduzindo o consumo de produtos de origem animal.
Trata-se de um desafio, mas é importante se conscientizar de que os animais, assim como os seres humanos, são seres vivos que sentem dor, frio, fome e que por isso, devem ser respeitados.
Diga “NÃO” ao abate de cavalos
O abate de cavalos é cruel de diversas formas, é preciso pensar nesta questão. Não se trata apenas de não matar mais estes animais em território brasileiro, embora esta luta comece por aqui.
Mas se trata de não aceitar que os animais passem por diferentes tipos de maus tratos. Nós, mais do que nunca devemos criar uma sociedade que se preocupa com a causa animal e com questões sociais, pois estas dizem respeito a todos.