Imagine um cenário devastado. Oceanos cheios daquelas inocentes embalagens de plástico que tanto jogamos fora. Uma paisagem acinzentada, onde a vida animal se extingue cada dia mais, e o plástico reina.
Pode parecer a você um cenário de ficção, uma descrição do mais último filme lançado. Mas não é. Esse cenário já se forma aqui, na realidade, podendo ser concluído em poucas décadas.
O plástico que produzimos e descartamos sem responsabilidade alguma, está tomando conta de nosso planeta.
Os Números mundiais
De acordo com dados da União Europeia, mais de 150 milhões de toneladas de plástico entra nos oceanos hoje, no mundo. Uma estimativa preocupante, ainda mais quando colocada anualmente, ultrapassando 4 milhões de toneladas e podendo chegar a um pouco mais de 12 milhões de toneladas.
O estudo ainda afirma que, até o ano de 2050, os oceanos terão mais plástico de que vida marinha.
Levando em conta como o material é extremamente duradouro, se decompondo de forma muito lenta na natureza, as projeções são ainda mais assustadoras para a água no mundo.
Parte desse lixo plástico é composto por material descartado, como embalagens plásticas e garrafas. Outro estudo, realizado em 2018, pelo Centro Helmholtz de Pesquisas Ambientais, foi divulgado pelo Fórum Econômico Mundial e traz a informação de que 90% do plástico que vai parar nos oceanos vem de rios.
Algum desses rios se encontram na China, onde, um dos mais importantes ecologicamente o rio Yangtzé, está entre os que mais estão sendo poluídos por plástico descartável.
Desde o estudo, a China criou proibições de importação de lixo, para tentar diminuir o impacto de descarte de plástico no país.
Outro rio importante que está sendo prejudicado pelo descarte de plástico é o rio Ganges, na Índia. O país, em resposta a isso, criou o plano Namani Gange. Em 2019, o Tribunal Verde Nacional indiano, acusou o governo de não ter cumprido com o programa.
De acordo com notícias mais recentes, 98% do projeto de construção de estações tratamento de esgoto já foi concluído até a presente data.
Mas, o maior produtor de lixo plástico no mundo é o Estados Unidos. Se recusando a assinar um acordo de março de 2019 sobre a exportação do material descartado, o Estados Unidos lidera a produção de lixo, bem como a sua exportação para países em desenvolvimento.
Os números nacionais
Os números até aqui apresentados podem soar muito longe, coisas que acontecem do outro lado do mundo ou apenas em grandes potências mundiais. Mas e o Brasil em tudo isso?
Um país tão rico naturalmente, com um bioma tão diversificado, cheio de espécies animais, rios importantes e praias belas. É claro que seria um país preocupado com o lixo.
Porém, infelizmente, nosso país não fica muito atrás dos maiores poluidores mundiais.
Em um estudo realizado em 2019 pela WWF (O Fundo Mundial para a Natureza), o Brasil está em 4º entre os países que mais geram lixo plástico no mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos, em primeiro, e da China e Índia. Todos os três foram mencionados anteriormente.
De acordo com a organização não governamental internacional, além de estar em uma posição elevada, o Brasil apenas recicla 1,28% de tudo aquilo que produz — onde a média global de reciclagem fica em torno de 9%.
Deixando em números mais palpáveis, o Brasil, de acordo com o estudo, produz por volta de 11,2 milhões de lixo plástico por ano. Porém, apenas 145 mil toneladas são recicladas.
As consequências
Entre as consequências mais imediatas, temos animais consumindo o plástico descartado, além dos inúmeros “lixões” a céu aberto flutuando por aí, nas águas do mundo.
Os animais ingerem o lixo, os confundindo por alimento. O material lhes dá uma sensação de saciedade, com isso eles não se alimentam direito ficando desnutridos, além do plástico trazer úlceras estomacais e outros problemas de saúde aos animais.
Alguns até ficam presos ao lixo e a materiais de pesca descartado, o que é chamado de “pesca fantasma”. Com isso eles se ferem, podendo ter mortes lentas e sofridas.
O problema também chega aos humanos, pois nós consumimos animais que tiveram algum contato com o material. O plástico se divide em pedaços menores, os chamados microplásticos, que tanto agravam o problema dos animais mencionado anteriormente, quanto chegam a nós por meio da cadeia alimentar.
Além desse problema, em agosto do ano passado nos EUA, foi comprovado que a chuva também pode carregar partículas de plástico, o que afeta outros ecossistemas além do marinho.
As consequências para o organismo humano ainda são desconhecidas, mas são estudadas atualmente.
Possibilidades
A reciclagem é algo muito importante, principalmente em um país que apenas recicla 1,28% de seu lixo plástico. Utilizar o lixo de outras maneiras é de extrema importância e urgência.
Existem algumas formas de reciclagem, a mecânica, que separa os plásticos de forma manual e os transporta para o reaproveitamento. Outra forma, porém, mais cara, é a reciclagem química, que transforma o plástico.
Outra forma, que é bem viável, é a reciclagem energética. Com a queima do plástico, vapores são usados para produzir energia. Nesse processo tudo é usado, nada é desperdiçado. Por exemplo, as cinzas podem ser usadas em outras áreas, como a construção civil
A alta fonte de energia desse tipo de queima é muito grande, onde apenas um quilo de plástico consegue muita energia — imagina o que os milhões de toneladas poderiam gerar?
Qual mundo você quer viver?
A preocupação com o plástico é algo novo, as potências mundiais viraram seus olhos para o problema em pouco mais de dois anos. Agora nos resta usar as alternativas viáveis para lidarmos com isso, principalmente no Brasil, que possuí tão baixa taxa de reciclagem.
Aqui em nosso país, a BrasilEcoEnergy busca fazer sua parte contra esse imenso problema, através do reaproveitamento de resíduo de pneus e de seus outros programas em áreas distintas, como a EcoTchê e Cavalo Aposentado.
Venha conhece-los e ajude a escolher o mundo em que você quer viver.
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Imagem por Sergei Tokmakov em Pixabay
Imagem por flockine em Pixabay
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